Neste dia 24 de abril, data na qual são organizados distintos eventos evocativos em muitos países em memória dos mártires armênios, conclamamos uma importante homenagem à comunidade armênia presente no Estado de São Paulo e no Brasil; àqueles que fizeram da nossa Pátria também a sua.
No meu primeiro ano de mandato, em 2019, realizei, em 24 de abril, na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, o Ato Solene em Memória dos Mártires Armênios do Genocídio de 1915, evento esse com a presença de mais de 500 pessoas. Essa data é um marco, pois deu início a um momento extremamente triste e repugnante da história mundial. Essa barbárie cometida contra pessoas inocentes pelas forças do Império Otomano, na Primeira Guerra Mundial, tirou muitas vidas, e suas vítimas jamais serão esquecidas por aqueles que, assim como eu, não toleram o desrespeito aos Direitos Humanos.
Relembrar e homenagear os mártires armênios é uma obrigação moral; é um momento de reflexão sobre atrocidades praticadas contra o povo armênio.
Refletimos, principalmente, que precisamos de um mundo mais unido, com prevalência de iniciativas em prol da manutenção da paz mundial. Destruir vidas, infringir direitos adquiridos não são formas corretas para se conquistar algo. Estima-se que, entre 1915 e 1917, cerca de 1,5 milhão de armênios, vítimas da intolerância religiosa, foram obrigados a deixar suas casas em caravanas rumo aos desertos, tudo devido a um regime atrasado e retrógrado.
Muitos morreram pelo caminho, de fome, sede, moléstias. Essa atrocidade não pode ser esquecida jamais. Embora muitas nações não reconheçam, inclusive o Brasil, até o presente momento, aproximadamente, 23 países reconheceram essa crueldade sofrida pelos nossos irmãos armênios como genocídio, por exemplo, a Rússia e a metade dos países da União Europeia. Já na América Latina, Uruguai, Argentina, Venezuela, Chile e Bolívia também reconheceram. Porém, é preciso que esse reconhecimento seja feito mundialmente.
Em 2015, em missa realizada em memória dessas vítimas, o Papa Francisco afirmou: “Ocultar ou negar o mal é como permitir que uma ferida siga sangrando sem enfaixá-la”. Para muitos, essa fala foi reconhecida como um fato histórico, pois foi a primeira vez que, em uma Santa Missa, em Roma, celebrou-se essa data.
O reconhecimento desse triste episódio é um passo para que todas as nações assumam o compromisso de uma convivência pacífica e de respeito à dignidade humana. Não vamos perder as esperanças para que isso aconteça. A comunidade internacional precisa unir forças no sentido de que eventos trágicos do passado não se repitam, de modo a incentivar a paz mundial.
Aqui, no Parlamento Paulista, ressalto a todos os integrantes dessa comunidade que vocês têm um irmão, pois o nosso gabinete está à disposição para todas as causas que possam ajudá-los.
Os armênios têm destaque no território brasileiro, pois têm nos enriquecido com sua admirável cultura, economia e grandes ensinamentos, principalmente por sua capacidade de levantar-se após obstáculos que enfrentam na vida. Essa força indomável de superar tempestades do dia a dia, sem dúvida, é um grande ensinamento para todos nós.
A vocês, irmãos armênios, o nosso apoio e respeito. Devemos, sim, praticar e desenvolver a cultura da paz, pois somos irmãos e devemos respeitar um ao outro.
*Danilo Mascarenhas de Balas é agente da Polícia Federal e, atualmente, exerce o mandato de deputado estadual na Assembleia Legislativa.